Alergia à proteína do leite da vaca (APLV) é uma reação imune a uma das muitas proteínas que compõem o leite animal, a alfa S1-caseína. É responsável por 90% das alergias alimentares presentes em crianças de um a oito anos, superando as relacionadas a ovo, amendoim, nozes, soja, peixe, marisco e trigo.
A manifestação dos sintomas de APLV é mais comum no primeiro ano de vida, mesmo em crianças amamentadas exclusivamente pelo leite materno, visto que podem ser expostas às proteínas lácteas ingeridas pela mãe.
Saiba quando desconfiar e como tratar o quadro:
Sintomas de alergia ao leite de vaca
Muitas vezes, crianças com alergia ao leite da vaca têm reações lentas, ou seja, que se desenvolvem muitas horas ou dias após o contato com o laticínio. Nestes casos, se manifestam como:
- Cólicas abdominais
- Fezes com sangue ou muco
- Diarreia
- Erupção na pele
- Tosse intermitente ou até crises de broncoespasmos
- Coriza
- Infecções respiratórias de repetição (sinusites, otites)
- Atraso no desenvolvimento físico
- Sonolência
Também podem ocorrer sintomas rápidos, que surgem imediatamente ou em poucas horas após ingerir leite, tais como:
- Vômito
- Coceira
- Urticária
Em situações raras, a criança com APLV pode desenvolver reações graves, como choque anafilático, quadro que gera inchaço da garganta, queda da pressão arterial e dificuldade em respirar. Nesse caso, é necessário ajuda médica imediata.
Sintomas tendem a desaparecer
É raro encontrar crianças que tiveram de conviver com a alergia ao leite de vaca pelo resto da vida, visto que os sintomas tendem a desaparecer com o passar dos anos, desde que o tratamento seja feito de maneira adequada.
Intolerância ou alergia?
A alergia ao leite da vaca costuma ser confundida com intolerância à lactose, visto que ambas as condições apresentam sintomas semelhantes. Enquanto a hipersensibilidade ocorre quando o sistema imunológico não reage bem à proteína láctea, a intolerância à lactose acontece quando uma pessoa não possui a enzima que metaboliza o açúcar lactose (lactase).
A diferença também se encontra nos sintomas: os de intolerância estão ligados à má digestão e incluem gases e cólicas frequentes; já os de alergia geram alterações na pele e na respiração.
Diagnóstico
A identificação da alergia à proteína do leite da vaca é difícil, pois não existe um teste simples e específico para confirmá-la com precisão.
Os testes alérgicos, principalmente em crianças menores de 2 anos, podem resultar em falsos negativo. Nos casos leves, realiza-se o teste clínico, com a retirada de tudo que contém leite de vaca, inclusive traços.
Nos casos mais graves, o médico responsável deve realizar o teste de desencadeamento para obter o diagnóstico. Esse consiste na introdução do alimento em ambiente hospitalar ou ambulatorial para avaliar se criança realmente tem a alergia. Esse procedimento nunca deve ser feito sem orientação ou supervisão médica, visto que as consequências podem ser graves.
Como é o tratamento?
O tratamento consiste na interrupção do consumo de laticínios pela mãe (no caso de lactantes) e pela criança acometida. Para sua substituição, o pediatra pode indicar fórmulas alimentares com a proteína do leite hidrolisada.
Nos casos mais leves, é realizada a reintrodução lenta dos derivados de leite após 8 a 10 meses. O tratamento homeopático auxilia na dessensibilização mais rápida ao leite de vaca, utilizando-se de antialérgicos e isoterápicos naturais.
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